Educação previdenciária: como se preparar para o futuro?

O Brasil está passando por uma transformação silenciosa, mas profunda: estamos envelhecendo. E rápido. Segundo o IBGE, até 2070, cerca de 38% da população brasileira terá mais de 60 anos. A expectativa de vida aumentou, ultrapassando os 76 anos em 2023, e tudo indica que continuará subindo.

Essa é uma excelente notícia — afinal, viver mais é uma conquista. Mas também é um alerta: estamos nos preparando financeiramente para viver tanto tempo?

O problema é o atraso no planejamento

Uma pesquisa da ANBIMA com o Datafolha mostra que apenas 11% das pessoas investem pensando na aposentadoria. Esse número cai para 5% entre as classes D e E, refletindo a desigualdade no acesso à educação financeira e às ferramentas de previdência.

Além disso, a Serasa aponta que 60% dos brasileiros só começam a pensar no futuro cinco anos antes de se aposentar.

Esse adiamento tem consequências reais: ▪ Manutenção de um padrão de vida incompatível com a nova renda; ▪ Dependência financeira de familiares; ▪ E, muitas vezes, a necessidade de continuar trabalhando mesmo após alcançar o direito à aposentadoria.

Educação previdenciária é mais do que saber aplicar dinheiro

É um processo de tomada de consciência sobre o futuro, que envolve:

Entender como funciona o sistema previdenciário brasileiro — tanto o regime geral (INSS) quanto as previdências complementares abertas e fechadas; Compreender a lógica do acúmulo e do diferimento de renda — ou seja, abrir mão de parte do consumo hoje para garantir segurança financeira no longo prazo; Analisar riscos e cenários futuros — como inflação, aumento da longevidade, custos com saúde e mudanças no mercado de trabalho.

Trata-se, portanto, de uma decisão de longo prazo que exige preparo, disciplina e acesso à informação de qualidade.

Viver mais exige um novo modelo de planejamento

Em 2000, a idade média da população brasileira era de 28 anos. Em 2023, subiu para 35,5. Em 2070, será de 48,4 anos.

Esse novo perfil demográfico implica mais do que aposentadorias mais longas — significa rever hábitos de consumo, redefinir prioridades e tomar decisões hoje que sustentem o amanhã.

É por isso que educar para a previdência é, na essência, educar para a autonomia. Não se trata de prever o futuro, mas de construí-lo com responsabilidade.

E você, como está se preparando?

Educar para a previdência é, no fundo, educar para a vida. Quanto antes começar, mais sustentável será.

Reflita: ▪ Qual o seu plano para o futuro? ▪ Sua previdência está alinhada com seus objetivos? ▪ Você entende como funciona o sistema ao qual está vinculado?

Falar de previdência não é só falar de aposentadoria. É falar de liberdade, qualidade de vida e escolhas conscientes.